terça-feira, 14 de outubro de 2014

ESCÂNDALO DE BOA!






Eu não ia falar da Moda Lisboa porque fui lá para usufruir e não para trabalhar por conta de outrem, e às vezes quando começo a fruir muito passo-me e esqueço-me.


Também não fui lá para me escandalizar por conta de outrem.


Sim, estou a falar daquelas que dizem que ficaram (como dizer) eriçadas com o corpo em desfile da lindíssima, mulheríssima, cheiadepintíssima Jessica Athayde. Estou a falar com Elas - eles não são para aqui chamados (nem se meteram).


Em matéria de defesa das mulheres, não há uma só verdadeira feminista (reparem que eu não disse defesa dos direitos das mulheres; aí a discussão passava para um plano já fora da capacidade ou da escolaridade pura e simples da maior parte das que tiraram o avental para botarem a boca no trombone – para variar).


No fundo no fundo, e em sítios PEQUENOS como este, onde muitas mulheres são feitas à medida dessa PEQUENEZ e parece que vivem na eterna angústia da falta de espaço, o que cada uma quer é que as outras se enterrem e morram, de preferência por esta ordem!


Como qualquer amiga que começou a guiar sabe, não há nada pior do que um par de olhos pregados em nós depois de termos feito uma asneira, ou nem isso. Não são os olhos do c. do carro ao lado. São os olhos (e às vezes a boca) da c.ª ao lado do c. do carro ao lado, que tantas vezes nem sequer sabe guiar.


Vocês não têm o saber, a energia, e a verve (vão ao dicionário) da Joan Rivers no seu FASHION POLICE, portanto não vos chega rirem para terem graça. Eu sei, vão já dizer-me que a Joan morreu outro dia, o que por acaso nem sequer é garantia nenhuma de que vocês estejam mais vivas.


Estive lá, mas podia fechar os olhos e saber na mesma o que se passou.


Uma mulher bela, que não é modelo profissional mas tem um corpo que é capaz de entrar e sair do sonho de qualquer homem sem bater à porta, aceitou o desafio de desfilar tal como é – como várias outras têm feito ao longo dos anos.


E um bando de palradoras sem coragem de saltar para o tapete tentou deitá-la abaixo. Porque tem cara? Porque tem rabo? Porque tem pernas?


Como aqueles restaurantes japoneses ou coreanos que põem câmaras dentro dos WC sabem, na hora da verdade não somos assim tão diferentes.


Já não há pachorra para pegar no assunto da beleza das Modelos profissionais de muitas marcas (não todas, nem nada que se pareça): mulheres tantas vezes escolhidas com base em conceitos de cabideza (de cabide), mais do que beleza, a maior parte delas com medidas de volume e peso abaixo dos limites saudáveis, e por isso naturais. Muitas delas capazes de produzir mais nódoas negras do que prazer, depois de uma noite de amor.


Amor? – elas sabem lá o que é isso. Têm mais que fazer. Algumas delas não têm sequer volume corporal que lhes permita ter um nível hormonal decente para terem verdadeiro apetite sexual.

Não sabiam? Só nos faltava que as actrizes deixassem de ter uma beleza do mundo. Os filmes, as peças de teatro e as novelas eram todos na passerelle (algumas novelas já são).


As minhas amigas modelos nem sequer são do género cabide de pele e osso, e passam por miúdas normais. Mas conheço muitas modelos que nessa área, ou seja, na arte de serem miúdas normais, nem sequer são grande coisa: secas, amorfas, com ombros rijos que nem guiadores de bicicletas. E rabos, nem vê-los. Mostrem-me lá um homem que dispense um bom rabo. Eu disse um homem.


Mulheres, subam de nível. Avancem. Peito para a frente!


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